Aconteceu em 06 de outubro de 2013, a 19ª edição da Maratona
de São Paulo, uma das mais famosas maratonas do Brasil. Junto com a corrida
principal de 42190 m também teve a corrida de 25K e 10K com largada no Parque
Ibirapuera.
Resolvi participar deste evento em outubro do ano passado
quando as inscrições haviam sido iniciadas. Naquele momento eu ainda estava
começando minha trajetória no mundo das corridas e decidi para buscar motivação
nos treinos diários participar desta corrida e como não sabia se teria
condições de correr distâncias maiores optei por participar da de 10K. Talvez
as pessoas pensem como pode alguém viajar tão longe só para participar de uma
corrida secundária e não optar pela corrida principal. No meu caso, considero
não ter experiência e lastro suficiente para realizar uma maratona ainda,
portando não me importo em correr numa corrida secundária. Este evento em que
me inscrevi me motivou a treinar, então acho que isso foi o mais importante
para mim.
Cheguei cidade da garoa na sexta-feira à tarde, por volta das
16:45. Peguei um táxi e segui para a Vila Mariana onde fiz reserva num hostel,
um albergue internacional. Aliás, em relação ao táxi sugiro que peguem os táxis
avulsos que são 50% mais baratos que os táxis de aeroporto. Aprendi isso na
pior situação possível, pois paguei num táxi o absurdo de 43 reais sendo que
num táxi avulso eu pagaria apenas 25 reais. Outra dica também é para procurarmos
pousar em hostel, os famosos albergues tão apreciados pelos mochileiros no
mundo todo, são mais baratos confortáveis e tem tudo que nós corredores de rua necessitamos,
sem muita firula. Inclusive quem for correr na capital de São Paulo eu
recomendo o WE HOSTEL, um hostel
confortável bem localizado e credenciado internacionalmente como um albergue.
Além disso, quem tiver a carteirinha de albergue internacional paga mais
barato. No meu caso paguei a diária de R$ 55,00 para ficar num quarto misto.
Quem não tem a carteirinha paga R$ 65,00. Interessados em maiores detalhes é só
dar uma olhadinha no site do hostel.
Ao chegar ao destino acomodei minha bagagem e depois fui
buscar o meu kit de corrida no Ginásio do Ibirapuera que ficava a 20 minutos do
hostel. Antes de sair conheci um dos hóspedes que fiz amizade, o Norton, jovem
paraense que se interessou pelas corridas de rua ao saber que eu estava ali
para correr na Maratona de SP. Ele ficou tão empolgado com o assunto que quis
me acompanhar na apanha do kit. Fomos juntos e durante o percurso conversamos
sobre corrida, periodização, treinamento, nutrição, dicas para iniciante,
disciplina nos treinamentos e cuidados para não se machucar o exagerar. O
garoto ficou determinado a começar. Dei o maior incentivo a ele, pois como é
jovem, 22 anos, seria uma grande vantagem para ele, pois com o passar dos anos
ia adquirindo cada vez mais experiência e condicionamento.
Chegando no ginásio pensei que ia encarar uma baita fila já
que eram 18 mil inscritos, mas para minha surpresa, não havia fila. Foi só
entrar e ser atendido. Aí pensei, ou quase todo mundo já pegou ou então todo mundo
vai deixar para pegar no último dia. Como brasileiro deixa tudo para última
hora ocorreu a segunda opção.
Retirei o kit e saí para ver a exposição da maratona localizada
logo ao lado. De cara, na entrada da exposição fomos abordados pelo pessoal da marca
Adidas que nos convidou para realizar o famoso teste da pisada. Ah, não poderia
ter sido melhor! Eu queria tanto realizar esse teste! Mais sortudo ainda foi o
jovem amigo que também realizou o teste antes mesmo de começar a treinar e
correr na vida. Ah se eu tivesse essa sorte que ele teve! Pois bem, pelos testes
realizados fiquei sabendo que minha pisada é neutra levemente pronada. Foi
observado que tenho uma pressão mais concentrada na parte interna do antepé, ou
seja, na região próxima ao dedão direito. Aproveitei também para comprar alguns
acessórios de corrida que estavam baratos e com descontos de 50% como: camisa
térmica, porta-medalha, cadarço de elástico, calça de compressão, óculos de corrida
com lentes reservas e cinta de transporte do número de peito.
No sábado, como não poderia deixar de fazer, realizei umas
comprinhas na região do Brás. No fim da tarde, quando me preparava para sair
para fazer uma corridinha de 40 minutos bem leve, só para soltar a musculatura,
percebi que o companheiro de quarto também se preparava para correr.
Conversamos sobre o assunto e descubro que ele também estava em São Paulo para participar
da maratona. Mais um amigo que conheci, seu nome é Willian, natural do Rio
Grande do Sul. Ele estava ali para participar da sua primeira maratona. O mais
impressionante é que o gaúcho havia começado a correr somente no início deste
ano, mas já havia feito corridas de 10K, 15K e 21K, portanto ele se sentia
motivado para correr sua primeira maratona. Fomos então correr juntos no Parque
Ibirapuera e no outro dia saímos juntos para o local do evento.
No domingo eu e o gaúcho saímos 06:40 para o local da
largada. Ao chegar realizamos o reconhecimento da área. Nunca vi tanta
assessoria esportiva montada num evento de corrida de rua como dessa maratona.
Quase 200 banheiros químicos e uma área enorme para guardar os volumes.
Aproveitamos para tirar algumas fotos antes de entrar na área de corrida. O
interessante que a largada ocorreu em ondas de acordo com o desempenho de cada
um, assim teoricamente ficaria mais fácil correr. A coisa ficou só no teórico
porque devido o grande número de pessoas sempre a saída na largada é lenta,
mesmo em ondas. Para piorar o meu relógio garmin apagou um dia antes e fiquei
sem ele na corrida. Resetei o relógio para ver
se ele atualizava automaticamente o horário de Brasília e quando fui ligá-lo
novamente, nada, não ligava. Corri sem poder controlar meu pace. Como solução
simples, fiz as estimadas de tempo nos pontos dàgua e usei minha percepção do
esforço.
Na largada me despeço do amigo gaúcho que iria realizar sua
jornada na maratona e partimos cada um para seu desafio. De cara, uma pessoa
capotou ao meu lado, tem que ter cuidado onde pisa, senão cai mesmo. Tento me colocar
mais no canto esquerdo onde tinha menos corredores e logo lá na frente a curva
seria para esse lado mesmo então ia ganhar espaço. O primeiro quilômetro é
muito complicado porque temos que ter cuidado de não torpeçar, não perder tempo.
Impossível melhorar tempo assim. Bem, pensei vou correr o melhor que puder sem
me desgastar e acabar sendo vítima da famosa parede, ou seja, desistir da corrida
por exaustão ou cansaço.
No segundo quilômetro praticamente não existia mais
congestionamento, mas eu não sabia qual era meu pace, só ia saber no primeiro
ponto dàgua localizado no KM 3,6 onde eu deveria chegar aproximadamente em 14 a
15 minutos. Pois bem, chego no referido ponto e vi que estava indo bem, pois o
tempo era de 14 minutos, ou seja, corria no pace de 4 min/km.
O próximo ponto dàgua seria no KM 6 onde eu deveria chegar
com 24 minutos de corrida. Observei que estava muito forte, pois passei ali em
22 minutos e isso me dava um pace de 3,66 min/km. Isso não era nada bom, pois
se eu continuasse nesse ritmo eu ia quebrar eu teria que tentar reduzir um
pouco mais. Mas como fazer isso e não reduzir demais. Não sabia dizer, teria
que ser tudo de forma intuitiva e concentrada.
O último ponto dàgua seria no KM 8 e ali eu teria que
passar com 32 minutos de corrida segundo
meus planos e para minha surpresa passo exatamente com 32 minutos. Fiquei
feliz, pois conseguira manter o ritmo ideial, então a possibilidade de
chegar na casa dos 40 a 41 minutos
estava se concretizando.
Restavam 2 km. Agora era concentração pura. Entro num desses
milhares de túneis de São Paulo, não me recordo qual era. Só sei que ele tinha
um aclive e declive considerável. Nesse ponto passo a famosa Maria Zeferina
Baldaia, carcás me senti o máximo, pois ela é uma atleta de elite, só que
lembrei que ela estava numa maratona e eu apenas numa prova de 10K, totalmente
diferente. Mesmo assim passei por ela e disse vamos lá ZEFA. Dei aquela força
para ela e continuei forte dentro do túnel.
Da metade do túnel em diante vem a surpresa desagradável. Apenas
subida até o fim, na chegada. Com certeza, não seria nada fácil manter 4 min/km
nos quilômetros finais. Só restava mesmo me concentrar e dar o melhor de mim.
Nessa hora o relógio faz falta!
Completei os 10K com o tempo bruto em 00:42:29 e o líquido em
00:41:44. Classifiquei em 44º geral e fiquei em 13º na faixa etária de 35 a 39
anos.
Pela dificuldade que tem essa corrida na largada, os aclives
nos 2Km finais e a falta de um relógio para controlar o meu ritmo de corrida
considero o meu resultado muito bom. Valeu a pena ter participado deste evento.
Próximo ano voltarei, mas desta vez será para encarar a maratona!
Abraço a todos os amigos e especialmente aos novos amigos que
tive a satisfação em conhecer, o Norton de Belém do Pará que se inicia no mundo
das corridas e o Willian de Porto Alegre RS que realizou sua primeira maratona
de muitas outras que virão.
Belo relato ... parabéns pelo tempo.
ResponderExcluirObrigado André e parabéns pela sua participação nos 25K da Maratona de SP!!!
Excluirparabens, to te devendo uma visita na sala AIS. pagarei embreve.
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